Estava por aqui pensando comigo mesmo em como os verdadeiros líderes estão a todo momento tomando decisões, pontuais ou de maior impacto. Essas decisões são motivadas por inúmeros fatores, sejam eles internos ou externos, pessoais ou profissionais, ou por tudo isso junto e misturado. A liderança pressupõe pensar rápido, planejar, antever cenários, definir estratégias, firmar parcerias e abandonar outras, enfim… são tantas decisões!
Assim, escolhi para você 5 filmes de liderança e coaching que vão te ajudar a entender o papel dos líderes em várias situações, cada um resolvendo a seu modo problemas específicos. Mas todos desenvolvendo a trajetória para suas vidas, ajudando e inspirando pessoas.
Pegue a pipoca e tenha uma ótima sessão!
Lendas da Vida
Este é um filme espetacular, que retrata a relação entre um jogador e seu “caddy”, nome dado ao treinador de golfe. O filme é uma história bem contada, que nos permite rir, se emocionar e vibrar, com estética impecável e uma mensagem poderosa sobre as relações humanas e seus limites. O que fazer quando tudo parece perdido?
O cenário é uma das últimas colônias americanas, a Savannah da década de 1920, onde Rannulph Junuh (Matt Damon) passa de “grande esperança local como jogador de golfe” para “um homem amargurado pelos soldados que perdeu nos campos de batalha”, de uma guerra que teve que comandar e da qual saiu derrotado. Esta situação o transformou profundamente, e ele, amargurado, entregou-se ao álcool.
A partir daí, o filme se desenrola sobre duas vertentes: a primeira, sobre o processo de recuperação da autoestima, de uma pessoa que desceu ao inferno e precisa se reerguer. Junuh conta com a ajuda do seu recém-contratado “caddy” Bagger Vance (Will Smith), para conduzi-lo rumo à porta de saída das trevas. Os diálogos entre os dois são verdadeiras aulas de liderança e coaching. Vance orienta Junuh até o momento em que ele precisa, e sai de cena na hora certa para se retirar.
A segunda vertente é um presente para os amantes do golfe. O filme retrata com detalhes as nuances desse esporte, a princípio tão distante de nossa realidade, levando-nos a respeitar e admirar os grandes ícones.
O filme retrata os altos e baixos do ser humano. É um universo paralelo, que nos leva à reflexão sobre a dificuldade de lidarmos com os tropeços da vida. Surgem então outras pessoas, como Vance, que nos mostram um caminho simples e luminoso: apenas respeitar o seu tempo e seguir em frente, viver a vida e aproveitar o que ela nos proporciona.
Conhecer o sucesso e depois fracassar é algo que a maioria teme e algumas pessoas tendem à amargura, autopunição, fuga. As cenas evidenciam alternativas para lidar com a frustração e culpa. Será preciso se reconectar com seu jogo interior, perdoar o passado, aprender novas possibilidades. Assim, é possível encontrar o caminho da superação e dos resultados que realmente valem a pena ser conquistados.
Ficha Técnica:
Lendas da Vida (The Legend of Bagger Vance)
EUA, 2000
Duração/Gênero: 125 min, comédia/drama/romance
Direção de Robert Redford
Elenco: Matt Damon, Will Smith, Charlize Theron, Andrea Powell, Jack Lemmon.
Wall Street – Poder e Cobiça
O filme conta a estória de Bud Fox (Charlie Sheen), um corretor da bolsa de valores de Nova York que trabalha em uma firma na década de 80. Sua rotina de trabalho consiste em ligar para pessoas buscando novos clientes para investir dinheiro em ações. O seu alvo principal é um cliente de nome Gordon Gekko (Michael Douglas), um dos grandes tubarões da bolsa de Wall Street. Querendo impressioná-lo, Fox lhe dá informações confidenciais sobre a empresa aérea Bluestar, onde seu pai trabalha, o que é ilegal.
A partir daí desenvolve-se uma relação promíscua feita em cima de ações ilegais, obtenção de informações confidenciais e por aí vai. O fato é que, para Gekko, não importa mais o dinheiro. O que o parece motivar é o jogo, a busca pelo poder a qualquer custo. O dinheiro é apenas uma forma de manter um status.
Fox e Gekko são reflexos do mesmo espelho e Gekko se vê em Fox quando era mais novo. Quem sabe até mesmo para se tornar um novo Gekko. E então, vem o deslumbramento, a traição e o peso na consciência que o leva a ir contra seu mentor. Todos ganham dinheiro de forma ilegal, e frases como “Ninguém se machuca” ou “Todos estão fazendo” saem tão naturalmente que até nos assusta pela distorção moral.
Esse filme discute de forma crua o que as pessoas podem fazer para ganhar dinheiro, suas escolhas e opções, seus valores morais, suas convicções, o que vale e o que não vale a pena, num mundo e numa época em que ter a qualquer custo era uma opção perfeitamente aceitável. Uma vida boa e confortável, o sucesso a qualquer custo justificavam a trapaça, a falta de ética, a falta de moral, etc.
Ficha Técnica:
Wall Street – Poder e Cobiça (Wall Street)
EUA, 1987
Duração/Gênero: 125 min, drama
Direção de Oliver Stone
Elenco: Michael Douglas, Charlie Sheen, Daryl Hannah, Martin Sheen, Terence Stamp.
Invictus
Este filme começa quando Mandela (Morgan Freeman) deixa a prisão e assume a presidência da República Sul-Africana em 1994. A trama central se desenrola com o esporte que é paixão nacional na África do Sul, o Rugby, pano de fundo de todo o filme, usado sabiamente por Mandela para acabar com o fosso da segregação racial entre negros e brancos existente até ali.
A um ano para a copa do mundo de rugby, que aconteceu em 1995, na África do Sul, Mandela começa a se interessar pelo esporte assim que assume a presidência: regras, defesa, ataque, e o mais importante, conhecer a seleção sul-africana de rugby, os chamados Springboks.
A grande dificuldade de Mandela de início era tornar o esporte uma paixão nacional. Isso porque o rugby era praticado apenas pela elite branca sul-africana. Diante de uma minoria branca que disse “ele pode ganhar uma eleição, mas ele poderá governar um país?”, Madiba, como é chamado pelos negros, acata a linguagem universal do esporte para unir uma nação.
Assim, seu primeiro trabalho é transformar o rugby um esporte também dos negros sul-africanos, o que consegue firmando uma parceria com o capitão dos Springboks, François Pienaar (Matt Damon), levando o esporte para as periferias do país. A ideia de Mandela: formar torcedores negros para a seleção sul-africana, tornar o rugby uma paixão nacional e, por último, acabar definitivamente com o Apartheid.
Invictus é um filme recheado de lições de vida: respeito ao próximo, sem olhar as diferenças de cor, raça, sexo, status social. Perdoar sempre, pois, como disse Madiba no filme, “o perdão afasta o medo, por isso é uma arma poderosa” e “o perdão liberta a alma”. E mais do que isso, Invictus mostra o potencial de Mandela em transformar os Springboks, time símbolo do Apartheid, em um símbolo da África do Sul, para negros e brancos.
Ficha Técnica:
Invictus
EUA, 2009
Duração/Gênero: 133 min, drama biográfico
Direção de Clint Eastwood
Elenco: Morgan Freeman, Matt Damon
O Diabo Veste Prada
O filme “O Diabo Veste Prada” retrata a história de Andy Sachs (Anne Hathaway), uma jovem interiorana e recém-formada em jornalismo que se muda para a Nova Iorque ao lado do namorado Nate em busca de um emprego.
Apesar de Andy ser totalmente fora dos padrões vigentes da moda, não se importar com o estilo de roupas que veste e não conhecer nada sobre os grandes estilistas, surge então a oportunidade de trabalhar para a revista de moda Runway Magazine para ser assistente da poderosa editora Miranda Priestly (Meryl Streep). O filme apresenta os estilos de liderança de Miranda, em que destacam-se o autoritarismo, arrogância, perfeccionismo, pragmatismo e o sarcasmo. Exemplo disso são os movimentos desesperados toda vez que os funcionários recebem a informação de que ela está chegando à empresa, começam a correr, se arrumar, organizar a sala, mesa, café da manhã, etc. Ou seja, o poder coercitivo também está presente, pois todos os funcionários temem as consequências de não cumprir algo que lhes foi solicitado pela chefia. Esse poder causa medo e constrangimento, a partir das punições que poderão sofrer.
O trabalho insano para ganhar status na agência traz suas consequências para Andy. Com isso, começam os conflitos com seu namorado e amigos, pois Andy busca a excelência profissional, atingindo seu limite de eficiência. Isto, negativamente, acaba afetando sua vida pessoal, o relacionamento amoroso e familiar, afastando-a do namorado e dos amigos. As influências de moda da revista também mudam seu estilo de roupa, um dos pontos que a faziam ser humilhada pelos seus companheiros e chefia de trabalho.
O filme retrata a relação de forças desproporcional, de uma líder competente, mas autoritária e arrogante, funcionários submissos e sem opinião própria, privados de exercer plenamente sua capacidade profissional, esperando recompensas às custas de um ambiente de trabalho péssimo e nada ético.
Quanto a Andy, fica a avaliação sobre o preço a ser pago para conquistar suas aspirações profissionais. Até onde devemos priorizar o trabalho e ascensão social e profissional? Qual o limite de sacrifício quando temos em nosso entorno aqueles que são nosso ponto de equilíbrio, como família, amigos, namorado(a), marido, mulher, férias e descanso adequado? Quanto podemos aceitar dentro do local de trabalho, com atividades que não estão de acordo com nossas crenças e valores? Temos que pensar que sempre temos o poder da escolha para onde devemos ir, respeitando em primeiro lugar a nós mesmos.
Ficha Técnica:
O Diabo veste Prada (The Devil wears Prada)
EUA, 2006
Duração/Gênero: 109 min, comédia dramática
Direção de David Frankel
Elenco: Meryl Streep, Anne Hathaway, Emily Blunt, Stanlet Tucci, Gisele Bundchen, Adrian Grenier, Simon Baker.
Desafiando Gigantes
O filme narra a história de Grant Taylor (Alex Kendrick), um treinador de futebol americano da Academia Cristã Shiloh, que após várias derrotas em diversos jogos acaba se sentindo um fracassado, pois seu time não consegue ser bem classificado na competição estudantil. Além disso, sua vida em casa também está complicada.
No auge do desespero, Taylor resolve ir a um ambiente natural tranquilo para pedir ajuda ao Senhor, a quem ele realiza a seguinte oração: “Eu amo o Senhor e a força. O Senhor é meu rochedo, minha fortaleza, meu libertador, meu Deus em que eu confio. Meu escudo, força da minha salvação. Meu refúgio. Eu invoco o Senhor, digno de todo o louvor, e fico livre de meus inimigos.”
A aproximação e os diálogos com o Sr. Bridges (Ray Wood), um homem com aproximadamente 80 anos, que vivia passando em salas de aula para fazer orações aos alunos, são pontos altos do filme. A partir daí, sua visão muda radicalmente. O papel de líder transformador vai aparecendo em seu modo de pensar e agir.
Assim, os treinamentos de Taylor já não eram mais os mesmos, pois agora ele estimulava cada vez mais seus jogadores a jogarem como um time e não cada um por si. Além do mais, Taylor afirmava aos seus jogadores que é necessário louvar a Deus em todas as situações, tanto nas derrotas como nas vitórias. É claro que através desse ato, os jogadores se sentiam mais confiantes para entrarem em campo, pois estavam começando a acreditarem mais neles mesmos.
Enfim, “Desafiando Gigantes” é um filme ótimo que com certeza traz grandes valores morais, pois nos mostra que nunca devemos desistir diante de obstáculos que às vezes surgem na nossa vida, e sim que devemos manter a cabeça erguida e ter sempre fé em Deus, pois para Ele nada é impossível, basta que acreditemos.
Ficha Técnica:
Desafiando Gigantes (Facing the Giants)
EUA, 2006
Duração/Gênero: 111 min, drama
Direção de Alex Kendrick
Elenco: Alex Kendrick, Shannen Fields, Tracy Goode, James Blackwell, Bailey Cave, Jason McLeod
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